Investimentos Inteligentes - Alterando a Meta de Alocação
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Larissa completou 12 meses de investimentos. Ao longo desse período tiveram ativos que se valorizaram enquanto outros perderam valor. Assim, é chegada a hora de rever suas metas de forma que aumente a exposição naqueles ativos que perderam valor e reduza naqueles que se valorizaram. Dessa forma estará, quase que automaticamente, exercendo a estratégia de comprar na baixa e vender na alta.
Os objetivos do artigo são:
- Motivar o leitor a iniciar, IMEDIATAMENTE, a investir em outros produtos financeiros que não a Caderneta de Poupança;
- Demonstrar que investir pode ser mais fácil do que, inicialmente, aparenta;
- Elaborar uma metodologia modelo para ser utilizada junto com a estratégia de Alocação de Ativos;
- Mostrar, na prática, através de uma Carteira de Investimentos Virtual, o funcionamento da estratégia Alocação de Ativos.
ATENÇÃO
O artigo a seguir foi escrito para fins meramente educacionais. As informações, dados e operações apresentadas, apesar de basearem-se em cotações reais, tratam-se de mera simulação. Em nenhuma hipótese tratam-se recomendação de investimento. Decisões de investimento baseadas nas informações apresentadas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de quem assim o fizer, não sendo o autor responsável pelas consequências destas decisões.
Recordando...
Larissa já vinha com rentabilidade negativa há 3 meses, encerrando Novembro/2014 da seguinte forma:Redefinindo suas Metas
Para redefinir suas metas, Larissa escolheu como metodologia reduzir a alocação nas classes de ativos que se valorizaram e aumentar nas que desvalorizaram na proporção da respectiva rentabilidade acumulada.
Em outras palavras, ela multiplica a meta pela rentabilidade acumulada da classe. Se a rentabilidade for positiva ela reduz o resultado da meta. Se for negativa, ela soma à meta. A diferença para se alcançar 100% é dividida por 4 e distribuída igualitariamente entre as classes. Veja no quadro resumo a seguir:
Assim, podemos perceber que Larissa, ao longo dos próximos 12 meses terá uma exposição maior em Ações e menor em Renda Fixa. Isso porque Ações teve a maior queda e Renda Fixa a maior valorização.
O que se espera com isso é que Larissa possa aproveitar a queda nos mercados acionário e fundos imobiliários para acumular uma maior quantidade desses ativos e obter melhor rentabilidade no longo prazo. Ao mesmo tempo, ela protege-se de reversão na tendência de alta do Câmbio e da Renda Fixa.
Dezembro/2014
Os recebimentos no início do mês foram:- Economia do mês: R$ 332,80
- Dividendos de 17 ITUB4: R$ 0,26
Somados ao valor líquido disponível no Fundo DI (R$ 334,60) e ao valor na corretora (R$ 39,84) teria disponível para investir R$ 707,50.
Simulou sua carteira com os novos recursos, já considerando as novas metas:
O próximo aporte seria em FII. Então em 02/12 comprou 6 BBPO11 ao custo total de R$ 618,37. Escolheu este ativo por ser o segundo de maior alocação no índice IFIX. Espera-se que renda um aluguel de R$ 4,81 por mês (com base nos rendimentos do mês anterior), equivalente a um yeld de 0,78% em relação ao preço de compra.
Até o dia 19/12 os seguintes eventos financeiros ocorreram:
- Pagamento da taxa de custódia (05/12): R$ 6,90
- Recebimento do aluguel de 17 ITUB4 (11/12): R$ 0,06
- Recebimento de rendimentos de 5 BRCR11: R$ 5,05
No dia 19/12 recebeu a segunda parcela do décimo terceiro no valor de R$ 1.972. Por ser um valor extra, economizou 20%: R$ 394,40. Como sua próxima aplicação seria em ações e esse valor somado ao que tinha disponível não atingia o mínimo de R$ 580 comprou 124,2 cotas de FDI para não deixar o recurso parado em conta corrente.
Até o dia 30/12 os seguintes eventos financeiros ocorreram:
- Recebimento do aluguel de 34 PETR4 (26/12): R$ 0,08
- Recebimento de rendimentos de 9 TBOF11 (30/12): R$ 3,57
No dia 30/12 ela recebeu, ainda, pagamento referente a férias e abono pela venda de 10 dias. Considerando 10% das férias e 20% das demais parcelas economizou R$ 998,40, ou 16,4% do total recebido. Resgatou totalmente o FDI e agora tinha disponível R$ 1.477,49 para investir. Analisou a alocação atual:
Decidiu que investiria em Ações R$ 1.160 (duas vezes o mínimo), R$ 212,31 em RF e o que restasse aplicaria no câmbio, tendo em vista que seria menor que o mínimo para investir em FII.
Para escolher que ações comprar, ela seguiu sua estratégia analisando o índice MLCX:
Em VERDE, ações que já possui. Em VERMELHO, ações que foram desconsideradas por serem do mesmo setor das que já possui. Em LARANJA, as ações que decidiu adquirir.
Então, no total, comprou:
- 35 ABEV3 ao custo total de R$ 582,49
- 30 VALE5 ao custo total de R$ 581,94
- 0,2 NTNF 010125 ao custo total de R$ 174,28
- 0,1 LTN 010118 ao custo total de R$ 69,81
- 0,2 cotas de Fundo Euro ao custo total de R$ 68,97
Ao final do mês a composição da Carteira era a que segue:
As perdas foram intensas o que fez com que a desvalorização da carteira no mês fosse de 3,4%. Quarto mês consecutivo de perdas.
As principais causas estão na desvalorização das ações PETR4 por causa da crise de credibilidade da empresa frente às denúncias de corrupção e do Título Público NTNB Principal devido a elevação da Taxa SELIC.
Janeiro/2015
Os eventos financeiros no início do mês foram:
- Recebimento de dividendos de 17 ITUB4 (02/01): R$ 0,26
- Recebimento de juros de 0,1 NTNF 010123: R$ 3,78
- Economia do salário: R$ 332,80
Analisou a alocação da Carteira:
Como o saldo disponível era inferior ao mínimo para investir em FII comprou 105,7 cotas do FDI ao custo total de R$ 336,84.
Até o fim do mês os eventos financeiros foram os seguintes:
- Recebimento de aluguel de 17 ITUB4 (05/01 e 30/01): R$ 0,12
- Pagamento de Taxa de Custódia (05/01): R$ 6,90
- Recebimento de JCP de 35 ABEV3 (14/01 e 30/01): R$ 7,91
- Recebimento de rendimentos de 6 BBPO11 (15/01): R$ 4,81
- Recebimento de rendimentos de 5 BRCR11 (15/01): R$ 5,05
- Recebimento de aluguel de 34 PETR4 (19/01): R$ 0,04
Vale frisar que passou a ofertar em aluguel 35 ABEV3 e 30 VALE5.
Ao fim do mês, assim terminou a Carteira:
Sexto mês com rentabilidade negativa. As perdas continuam concentradas em Ações e Fundos Imobiliários.
A alocação final dos recursos ficou assim:
Conclusão
Não está fácil a vida financeira. Os mercados de renda variável demonstram claramente o porque desta nomenclatura. A rentabilidade de Larissa está em -2,0% em relação a seus aportes.
Suas perdas são maiores em PETR4, pelos motivos já expostos. E não há perspectivas de melhoria no curto prazo. Contudo, mais uma vez a Alocação de Ativos mostra sua importância na medida em que a perda acumulada de 53% de PETR4 representa apenas 4,3 p.p. de variação sobre o capital total.
Veja o desempenho de cada um dos ativos:
As perdas com a Renda Variável foram tão intensas que na comparação com a inflação e a poupança a Carteira passou a perder:
Após 14 meses, o montante total de Larissa é R$ 7.104. Contudo, o valor realmente investido para compor a carteira foi R$ 7.251. Ou seja, os rendimentos estão negativos em R$ 146 ou -2,1% do total:
Mas continuamos observando o crescimento da renda passiva:
Perceba como os rendimentos de Janeiro/2015 são maiores que os de Janeiro/2014. A renda passiva é um dos principais objetivos de uma carteira de voltada para o Longo Prazo.
Pense nisso!
Um grande abraço e até a próxima!
Kleber Rebouças
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