Investimentos Inteligentes - Alocação de Ativos como Proteção contra Crises
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| Fonte: http://www.averdadedamentira.com/wp-content/uploads/2013/07/crise-economica.jpg |
Com a volatilidade solta nos mercados, especialmente os de renda variável, os meses de Outubro e Novembro foram assustadores para os investidores avessos ao risco. O que já não estava fácil, ficou pior ainda. Chegou a hora verificar se a Alocação de Ativos nos traz algum benefício em situações de crises. Além disso, encerramos um ciclo de 12 meses. Também é um bom momento para fazermos um balanço geral.
Os objetivos do artigo são:
- Motivar o leitor a iniciar, IMEDIATAMENTE, a investir em outros produtos financeiros que não a Caderneta de Poupança;
- Demonstrar que investir pode ser mais fácil do que, inicialmente, aparenta;
- Elaborar uma metodologia modelo para ser utilizada junto com a estratégia de Alocação de Ativos;
- Mostrar, na prática, através de uma Carteira de Investimentos Virtual, o funcionamento da estratégia Alocação de Ativos.
ATENÇÃO
O artigo a seguir foi escrito para fins meramente educacionais. As informações, dados e operações apresentadas, apesar de basearem-se em cotações reais, tratam-se de mera simulação. Em nenhuma hipótese tratam-se recomendação de investimento. Decisões de investimento baseadas nas informações apresentadas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de quem assim o fizer, não sendo o autor responsável pelas consequências destas decisões.
Recordando...
A Carteira de Larissa encerrou assim o mês de setembro/2014:
Os valores alocados em cada classe estão cada vez mais equilibrados. Vale frisar que entre os motivos para a alta concentração na Renda Fixa estão os valores Disponível e Fundo DI, ambos temporários.
Vamos aos próximos aportes.
Outubro/2014
Com o reajuste negociado pelo sindicato da sua categoria, o salário de Larissa passou a ser de R$ 3.328. Assim, os aportes serão elevados para R$ 332,80.
Além do aporte mensal, no dia 01 recebeu R$ 0,26 referente aos dividendos de 17 ITUB4. Verificou que o valor total disponível para aplicar seria de R$ 707,36 (considerando o valor no FDI líquido de IR e a reserva de R$ 6,90 para pagamento da Taxa de Custódia).
Para decidir em que Classe investir, Larissa verificou a alocação de seus ativos, desconsiderando o valor Disponível e no Fundo DI:
Portanto, a decisão foi aplicar o valor mínimo de R$ 580 na classe Ações e o restante na classe Câmbio.
A empresa que ela selecionou para adquirir foi a Petrobrás por ser a segunda no índice MLCX e de um setor diferente da ação que já possuía (ITUB4). Comprou, então, 34 PETR4 ao custo unitário de R$ 17,42 (já incluindo taxas da operação), totalizando R$ 592,12. Doravante, estas ações também serão ofertadas para aluguel com objetivo de melhorar o rendimento da Carteira.
Tendo sobrado R$ 115,24 optou por compra 0,2 cotas do Fundo Euro ao custo total de R$ 73,88 e 30,5 cotas do Fundo Dólar ao custo total de R$ 41,36
Com a cobrança da Taxa de Custódia, no dia 06, o saldo na corretora passou a estar zerado.
No dia 10 Larissa recebeu abono salarial equivalente a um salário: R$ 3.328. Como é um valor extra, seu compromisso é de economizar 20% desse valor: R$ 665,60.
Verificou, então, a posição atualizada de sua Carteira:
A maior defasagem de alocação era na classe Câmbio. Comprou 0,6 cotas de Fundo Cambial Euro no total de R$ 201,62 e 155,8 cotas de Fundo Cambial Dólar no total de R$ 205,21 igualando a alocação à meta prevista.
O saldo restante foi direcionado para Renda Fixa, cuja alocação atualizada dentro da Classe era:
Compr 0,2 NTN-B Principal 159534 no total de R$ 159,49 e 0,1 LTN 010118 no total de R$ 70,04:
Durante o mês ainda ocorreram as seguintes movimentações:
- Recebimento do aluguel de suas ações: R$ 0,10
- Recebimento dos Rendimentos de seus Fundos Imobiliários: R$ 8,37
A sua Carteira, ao final do mês, apresentava o seguinte resultado:
Apesar da queda de diversos Ativos ao longo do mês, o fato de ter uma posição em Câmbio amenizou as perdas.
Novembro/2014
O mês de Novembro não teve nenhuma aquisição de novos ativos em especial porque o próximo investimento teria que ser em ações e o valor disponível era inferior ao mínimo de R$ 580. Assim, Larissa aplicou o aporte do mês no Fundo DI, temporariamente, até ter o valor mínimo disponível.
No mais, as operações financeiras do mês estão resumidas abaixo:
- Pagamento de Taxa de Custódia: R$ 6,90
- Recebimento de dividendos referente a ações ITUB4 no total de R$ 0,26
- Recebimento de aluguel de suas ações: R$ 0,21
- Recebimento de rendimentos de seus Fundos Imobiliários: R$ 8,56
Acrescentamos à tabela a coluna "Rent. Mês". Esta mostra qual foi a rentabilidade de cada um dos ativos no mês em análise.
A alocação final do mês se apresentou como segue:
Conclusão
Na última tabela apresentada podemos observar pela rentabilidade do mês que os Ativos tem comportamentos diferentes num determinado período. Essa é a grande vantagem da estratégia Alocação de Ativos.
Enquanto nas classes FII e Ações o mês foi de rentabilidade negativa, superando -16% no caso da PETR4, as classes Renda Fixa e Câmbio apresentaram rentabilidade positiva. O resultado do conjunto é que a perda no mês foi de apenas -0,4%.
Além disso, ao comparar a alocação atual com a meta definimos, sem perder tempo, em que classe se dará nosso novo investimento. Sem a dor de cabeça de muitas contas e análises. Dessa forma, podemos reservar a maior parte do nosso tempo para outras atividades mais prazerosas como passear ou ficar com a família.
Apesar do desempenho negativo dos últimos 3 meses, a Carteira de Larissa ainda está com rentabilidade positiva de +1% em relação ao total investido. O desempenho de cada um dos ativos, exaltando ainda mais a importância da diversificação, pode ser acompanhado abaixo:
Temos dois ativos apresentando rentabilidade negativa. Os demais compensam estas perdas com desempenhos positivos.
A partir deste mês, além de comparar a evolução da Carteira em relação a inflação, também utilizaremos a poupança como referência. O objetivo é confirmar a longo prazo a vantagem da Alocação de Ativos para formação de patrimônio.
Podemos perceber, imediatamente, o quanto o caminho percorrido por estratégias que envolvem Renda Variável é mais errático que aquele da Poupança. Vamos deixar o tempo, através deste gráfico, dar seu veredicto.
Após 12 meses, o montante total de Larissa é R$ 5.329. Contudo, o valor realmente investido para compor a carteira foi R$ 5.192, ou seja, os rendimentos estão positivos em R$ 137 ou 2,6% do total.
A renda passiva comportou-se assim:
Um ano se passou e Larissa se mantém firme em seus objetivos. Os seus investimentos estão se dando num momento de profunda crise no país. Mas toda crise traz, junto com as incertezas, oportunidades.
Uma das máximas do mercado é comprar na baixa e vender na alta. Essa é a receita de lucro certo. Mas, então, porque tanta gente vende na baixa e compra na alta? Resposta: falta de estratégia.
Após um ano, a Carteira apresenta lucratividade nas classes Renda Fixa e Câmbio enquanto as classes Fundos Imobiliários e Ações estão com prejuízo. Nesse cenário, o que deveria fazer Larissa?
Ela tem três opções:
- Desfazer-se de seus ativos de risco e concentrar-se na Renda Fixa, quiçá Poupança;
- Manter a estratégia de Alocação de Ativos, sem alterações;
- Manter a estratégia de Alocação de Ativos com pequenas alterações nas metas de alocação para possivelmente realizar ganhos já obtidos e aproveitar a "liquidação" da Renda Variável.
A escolha é estritamente pessoal. A de Larissa ficará para o próximo artigo.
Pense nisso!
Um grande abraço e até a próxima!
Kleber Rebouças
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Próximo: Alterando a Meta de Alocação
Anterior: Mantendo a Estratégia
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