Investimentos Inteligentes - Fundo de Investimento Imobiliário
Larissa começou a investir pelo mais simples: Títulos Públicos. Agora ela dará um passo adiante e olhará para Fundos de Investimentos Imobiliários. Escolheu esta classe como segunda alternativa em razão do fluxo mensal de rendimentos que poderá ser aproveito para reinvestir. Vamos ver quais foram as decisões que ela tomou durante os últimos dois meses?
Os objetivos do artigo são:
- Motivar o leitor a iniciar, IMEDIATAMENTE, a investir em outros produtos financeiros que não a Caderneta de Poupança;
- Demonstrar que investir pode ser mais fácil do que, inicialmente, aparenta;
- Elaborar uma metodologia modelo para ser utilizada junto com a estratégia de Alocação de Ativos;
- Mostrar, na prática, através de uma Carteira de Investimentos Virtual, o funcionamento da estratégia Alocação de Ativos.
ATENÇÃO
O artigo a seguir foi escrito para fins meramente educacionais. As informações, dados e operações apresentadas, apesar de basearem-se em cotações reais, tratam-se de mera simulação. Em nenhuma hipótese tratam-se recomendação de investimento. Decisões de investimento baseadas nas informações apresentadas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de quem assim o fizer, não sendo o autor responsável pelas consequências destas decisões.
Recordando...
Larissa começou seus investimentos aplicando em Títulos Públicos. Já nos dois primeiros meses ela conseguiu comprar a quantidade mínima de cada um dos títulos disponíveis. E isso com menos de R$ 1,1 mil.
Agora ela mira seu próximo passo, conforme planejado, que é a aquisição de Fundos de Investimentos Imobiliários (FII). Vale lembra que a opção do FII está relacionada ao fluxo de caixa que será proporcionado pelos aluguéis recebidos mensalmente.
A Carteira de Larissa encerrou o mês de Jan/14 com a seguinte composição:
Fevereiro/2014
Quando recebeu sua remuneração no dia 03, Larissa tinha em mente adquirir FII. Mas para garantir um custo de corretagem baixo, só valeria apena comprar a partir de R$ 580, o que não seria possível no momento, afinal o novo aporte de R$ 271,20 somado ao que tinha, na corretora, R$ 56,70, totalizaria apenas R$ 327,90.
Para não manter este novo aporte na conta da corretora, sem rentabilidade, ela preferiu aplicar o valor, temporariamente num Fundo DI de seu banco. Assim, quando pudesse adquirir os FII resgataria este valor. No dia 03/02, a sua Carteira estava composta da seguinte forma:
No dia 17/02, ela recebeu R$ 4,89 (liquido de IR) referente ao cupom de juros do título NTNB 150850. Esse valor foi creditado na conta da Corretora.
No dia 20/02, recebeu o adiantamento do Décimo Terceiro na proporção de 50%. Então, dispunha de mais R$ 271,20 para aportar em seus investimentos. Agora ela tinha disponível:
- Novo aporte: R$ 271,20
- Fundo DI: R$ 271,58 (líquido de IR e IOF)
- Conta Corretora: R$ 61,59
- Total: R$ 604,37
Agora sim ela poderia comprar FII. Então tratou de resgatar o valor do Fundo DI e fazer um DOC para a Corretora. Mas ela ainda tinha que escolher que FII comprar. Seu plano era, inicialmente, ter 5 FII em sua Carteira. Como ela preocupava-se com a liquidez, decidiu que compraria apenas FII que constasse no IFIX, o índice da BMF&BOVESPA que acompanha o desempenho dos FII com maiores índices de negociação.
Então, primeiro, ela selecionou os 10 FII com maior participação no índice. Em seguida, anotou o preço de fechamento de cada um deles no dia anterior, 20/02. No site da BMF&BOVESPA, pesquisou quanto cada um pagou em rendimentos no mês anterior, Janeiro/14. Por fim, calculou o Yeld de cada um:
O Yeld é calculado dividindo os rendimentos pelo preço do ativo. Representa quanto do valor investido retorna ao proprietário. Ele pode ser comparado a sua taxa livre de risco, por exemplo, a SELIC. Quanto maior o Yeld, mais barato está o ativo em relação ao rendimento que proporciona. Assim, como o FII TBOF11 possuía o maior Yeld, Larissa optou por comprar cotas deste.
ATENÇÃO: O processo de escolha de um FII requer outros cuidados além da simples análise do Yeld. Para simplificar, nesta série de artigos, levaremos apenas isso em consideração. Nunca é demais lembrar que as operações citadas são simulações para fins educacionais e não representam sugestão de investimento.
No dia 21/02, acessou o Home Broker (HB) da sua Corretora e mandou a Ordem de Compra (OC) a preço de mercado. Quando a OC foi executada recebeu as seguintes informações de retorno:
Então assim concluiu-se a aquisição do FII. Foram adquiridas 9 cotas ao custo total de R$ 562,13. Isso dá um Custo Médio de R$ 62,46 por cota. Ao fim do mês, a Carteira de Larissa estava da seguinte forma:
Vale frisar que o FII é um ativo de Renda Variável. Portanto, sua rentabilidade oscilará constantemente.
A rentabilidade do mês foi de +4,4%. A Carteira fechou com +2,7% de rentabilidade em relação ao custo médio dos ativos.
Março/2014
Larissa não conseguiu esconder a excitação ao perceber que havia tido uma rentabilidade de +4,4% em um único mês. E tudo isso com operações bem simples. Ela percebeu que é muito fácil investir. Fez umas contas e chegou a conclusão que se mantiver essa rentabilidade em 10 anos atingiria R$ 1 milhão. Nada mal, não é?
Na sua conversa rotineira com seu Consultor Financeiro, foi indagada "Se é tão fácil, por que muitas pessoas não conseguem chegar a essa marca?". Ficou pensativa... "Você levou em consideração que R$ 1 milhão em 10 anos não compra a mesma coisa que R$ 1 milhão hoje? Você considerou a inflação? Por que acha que conseguirá essa rentabilidade todo mês?". Mais uma vez ficou pensativa...
Larissa então percebeu que o que seu Consultor Financeiro queria lhe alertar é que deveria ter cuidado com a empolgação. Afinal, o mercado é volátil. Nem sempre ela conseguirá ganhos desse porte. Pode ser, inclusive, que fique com ganhos negativos durante algum tempo.
No dia 05/03 recebeu mais um mês de salário. Somando o novo aporte de R$ 271,20 com o saldo na Corretora de R$ 42,24 o total disponível seria R$ 313,44. Novamente, ela terá que aguardar para dar seu próximo passo: comprar Ações. Então, ela decidiu aplicar o valor do novo aporte no Fundo DI.
No dia 19/03, recebeu seu primeiro rendimento proveniente do FII TBOF11. Teve direito a R$ 0,67 por cota, totalizando R$ 6,03. Esse rendimento foi equivalente a um Yeld de 1,07% em relação ao Custo Médio do ativo. Anualizado, o rendimento líquido, uma vez que esse tipo de investimento é isento de IR, seria de 13,66% a.a. Nada mal, quando comparado ao rendimento bruto da SELIC que estava em 10,75%. Isso significaria rendimento pelo menos 27% superior.
Claro que ela não esqueceu que era um investimento de Renda Variável. Portanto, que poderia desvalorizar-se repentinamente. Como seu objetivo era de longuíssimo prazo, despreocupou-se a esse respeito e entendeu que se visse a ter uma queda nos preços, essa seria uma oportunidade de adquirir mais cotas.
Durante o restante do mês não houve nenhum outro evento. Ao fim do mês, a alocação de seus investimentos nos diversos ativos era a seguinte:
O gráfico de rentabilidade acima mudou drasticamente em relação ao do mês de Março/2014. E assim será a cada mês em razão da volatilidade dos preços dos ativos.
A rentabilidade do mês foi de -0,9%. A Carteira fechou com +1,0% de rentabilidade em relação ao custo médio dos ativos. Com uma rentabilidade negativa e uma inflação alucinante de 1,67% no mês, a rentabilidade real da Carteira ficou negativa, conforme é possível observar abaixo:
Conclusão
Aos poucos, a Carteira de Larissa vai tomando forma. Ainda falta adquirir ativos das classes Ações e Câmbio. Como os preços do ativos são variáveis, não é possível fazer uma "Alocação Perfeita". Assim, temos ativos com alocações acima da meta e outros abaixo. Isso se resolverá à medida que o volume total investido aumente. A tendência será caminhar para um maior equilíbrio.
Dois pontos são fundamentais e começam a se sobressair.
O primeiro é que, com um pequeno esforço, 10% de sua renda normal e 20% de sua renda extra, Larissa conseguiu acumular em apenas 4 meses investimentos equivalentes a 71% de sua renda líquida mensal. Veja no gráfico a seguir a evolução do patrimônio em termos de Aportes e Rendimentos.
Adicionalmente, como segundo ponto, podemos perceber que já no início Larissa passou a ter renda passiva, ou seja, receber rendimentos sem que precisasse dar o seu tempo em troca. Claro que o valor ainda é pequeno, mas vale a pena acompanhá-lo:
Acompanharemos a evolução destas duas visões a cada mês. Com o tempo, será perceptível que ganharão importância cada vez maior na formação do patrimônio de Larissa.
Pense nisso!
Um grande abraço e até a próxima!
Kleber Rebouças
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