Carteira de Investimentos - Março de 2014
O IBOV escapou do canal de baixa primário e teve uma expressiva alta de 12,1% desde o dia 14/03. O índice ainda venceu as barreiras da Média Móvel Exponencial de 200 dias e dos 52 mil pontos em abril. Mas isso não quer dizer podemos ficar tranquilos. É bem provável que tenhamos realização de lucro num curto prazo.
Os objetivos deste artigo são:
- Demonstrar como acompanhar a rentabilidade de uma carteira de investimentos;
- Demonstrar como comparar a rentabilidade de uma carteira de investimentos com outros indicadores;
- Comentar as principais variações na carteira;
- Explicitar técnicas de análise de ativos;
- Comentar as principais expectativas para os períodos futuros.
ATENÇÃO
O artigo a seguir foi escrito para fins meramente educacionais. Apesar de basear-se em fatos reais não se trata, em nenhuma hipótese, em recomendação de investimento. Os ativos citados no texto, bem como as rentabilidades apresentadas, são decorrentes de ativos nos quais o autor investe e de suas variações de preço conforme situação específica da carteira de investimentos do autor. Decisões de investimento baseadas nas informações apresentadas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de quem assim o fizer, não sendo o autor responsável pelas consequências destas decisões.
Março de 2014
O IKEU Ações disparou +10% desde o dia 14/03. Fantástico! Em contrapartida, o IKEU Câmbio caiu -5% desde o dia 13/03. Uma das razões é a volta do capital estrangeiro, daí a subida do índice de ações e a queda do índice de câmbio.
Já o IKEU RF teve o resultado de -0,33% e o IFIX de +0,42%. O resultado final é que o IKEU encerrou o mês com +0,63%.
Rentabilidade da Carteira nos últimos 12 meses
Segundo mês seguido com rentabilidade positiva, apesar de não ter sido o melhor mês do período. Entretanto, a decepção ficou por conta da inflação oficial, medida pelo IPCA, que foi de +0,9%. E o Governo Federal insiste em dizer que está sob controle.
Acredite se quiser...
Evolução da Carteira
Este mês foram zeradas as perdas nominais desde Outubro/2011. Contudo, se levarmos em conta a rentabilidade real o resultado é de -13,2%.
A inflação acumulada do período é de +15,7%. Ou +0,49% ao mês. Na poupança, o rendimento do período foi de +17,2%, ou +0,55% ao mês. A conclusão poderia ser: "Oras, pra que arriscar se a poupança está melhor!". Veja o gráfico abaixo:
Parece com o gráfico anterior. A diferença é que a linha vermelha é a cota corrigida pela variação da poupança. Se analisar com cuidado verá que em 55% do tempo a cota está com valorização superior à da poupança.
A variação negativa decorre da crise econômica que vivemos atualmente (se ainda não percebeu, abra os olhos!). A economia avança em ciclos. Períodos de baixa e períodos de alta. Atualmente, o Brasil, passa por um período de baixa. Claro, se formos analisar minuciosamente veremos algumas contradições mas, em linhas gerais, o período é de baixa.
É impossível definir quando esse pessimismo passará. Quem o fizer estará praticando "magia negra". O fato é que você precisará estar preparado para a virada. Como? Alocação de Ativos. Veja na próxima seção, mais uma vez, como esta estratégia pode te ajudar.
Mais uma vez não tivemos novos aportes na carteira. A alocação final do mês ficou assim:
Por dentro da Carteira
Os ativos que apresentaram os melhores e piores desempenho foram:
BRIN3 e RDES11 mais uma vez tiveram o pior desempenho de suas respectivas classes. Já na Renda Fixa, NTNB100535 havia tido o melhor desempenho em Fevereiro/14. Agora teve o pior. No Câmbio, as posições inverteram entre os mesmos ativos.
Nenhuma operação foi realizada em Março/14. Mas eu quero relembrar as operações de Fevereiro/2014:
O racional por trás das operações foram:
- Trocar VRTA11 (último lugar no ranking) por MSHP11 (primeiro lugar no ranking);
- Reduzir a alocação em Câmbio por estar acima da meta e aumentar em Ações por estar abaixo da meta.
O resultado dessas operações, até 31/03/2014, pode ser observado no quadro abaixo:
O ∆ % dos três primeiros ativos (vendas) corresponde a quanto ganhei ou deixei de ganhar em função de ter executado a operação antes de 31/03/2014. Então, em VRTA11 deixei de gahar 1,5%. Já no Dólar e Euro garanti o ganho de 4,0% e 3,8% respectivamente.
O ∆ % dos dois últimos ativos (compras) corresponde à valorização da OPERAÇÃO (não confundir com a rentabilidade na Carteira, que leva em conta o custo médio) até 31/03/2014. Assim, HBOR3 teria valorizado 15,8% enquanto MSHP11 desvalorizado 6,4%.
No conjunto, as operações tiveram um resultado de -1,2%. Mas o que queremos analisar é como a Estratégia de Alocação de Ativos te ajuda a garantir ganhos comprando na baixa e vendendo na alta. Assim, desconsiderando a troca de VRTA11 por MSHP11 (até porque este último permanecerá na Carteira por um longo período), o resultado é de +11,3%.
Agora, com a queda que a Classe Câmbio vem sofrendo, está abrindo-se espaço para aumentar, novamente, a exposição a ela, reduzindo-se em outra classe que esteja acima da meta: Ações ou Renda Fixa.
Com isso podemos perceber a vantagem de periodicamente rebalancear sua Carteira de forma a realizar ganhos e comprar bons ativos que sofreram desvalorização.
O que esperar
Muita tensão! Não podemos perder de vista que este é um ano eleitoral e, via de regra, as incertezas acrescentam pimenta à volatilidade dos preços. Além disso, ainda estamos com crise na Zona do Euro e até risco iminente de conflitos no Leste Europeu. Para finalizar, temos o ditador(zinho) Norte-Coreano (aquele que mandou todos os cidadãos de seu país manter o mesmo corte de cabelo que o seu) brincando de Batalha Naval com o a Coréia do Sul.
Não faltam emoções!
Pense nisso!
Um grande abraço e até a próxima!
Kleber Rebouças
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