Investimentos Inteligentes - Planejando a Estratégia de Alocação de Ativos


Investimentos Inteligentes - Planejando a Estratégia de Alocação de Ativos

Investir é uma questão de atitude!

As desculpas que as pessoas mais utilizam para NÃO INVESTIR são:

  • Não tenho dinheiro!
  • Não entendo nada de investimentos!

Em relação à primeira, se você possui uma fonte de recursos (podendo ser desde um trabalho remunerado à mesada de seus pais) você TEM dinheiro para investir. O imaginário popular acredita que para investir é preciso muito dinheiro. Claro, uma maior quantidade de recursos proporciona o acesso a uma maior gama de investimentos. Mas também traz algumas dificuldades e não é fator determinante para se começar a investir.

Porém, há aplicações, como a poupança, cujo acesso requer uma quantidade pequena de recursos. Até em Bolsa de Valores, diferentemente do que imagina a maior parte das pessoas, pode-se investir com pouco dinheiro.

Em relação à segunda desculpa, cabe uma contra-pergunta: você nasceu sabendo andar ou falar? A resposta, óbvia, é NÃO! A vida nos coloca, diariamente, frente a frente com novos desafios. Com cada um deles aprendemos novas habilidades e adquirimos novos conhecimentos.

Os objetivos deste artigo são:

  • Motivar o leitor a iniciar, IMEDIATAMENTE, a investir em outros produtos financeiros que não a Caderneta de Poupança;
  • Demonstrar que investir pode ser mais fácil do que, inicialmente, aparenta;
  • Elaborar uma metodologia modelo para ser utilizada junto com a estratégia de Alocação de Ativos;
  • Mostrar, na prática, através de uma Carteira de Investimentos Virtual, o funcionamento da estratégia Alocação de Ativos.

ATENÇÃO


O artigo a seguir foi escrito para fins meramente educacionais. As informações, dados e operações apresentadas, apesar de basearem-se em cotações reais, tratam-se de mera simulação. Em nenhuma hipótese tratam-se recomendação de investimento. Decisões de investimento baseadas nas informações apresentadas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de quem assim o fizer, não sendo o autor responsável pelas consequências destas decisões.





Premissas


Como o objetivo desta série de artigos, doravante, é ensinar através da demonstração prática, estabeleceremos algumas premissas que nortearão as análises.

Primeiro, vamos estipular que o nosso personagem, que chamaremos de Larissa, tem um salário líquido de R$ 2.712. Além do 13º, Larissa recebe, eventualmente, Participação nos Lucros de sua empresa em valor igual a uma remuneração líquida. No momento oportuno destacaremos esse pagamento.

Como meta, Larissa estabeleceu que investirá (aportes) o equivalente a 10% de sua renda mensal (R$ 271,20) e 20% de sua renda extra (R$ 542,40).

Também assumiremos que Larissa recebe seu salário no primeiro dia útil de cada mês. Assim, o primeiro aporte acontecerá no mês de dezembro/2013 (objeto do próximo artigo da série).


Planejando os aportes para minimizar os custos operacionais


Larissa, após conversar com seu Consultor Financeiro Pessoal, entendeu que reduzir ao máximo o custo das suas operações é fundamental para o sucesso de sua estratégia. Ela também decidiu que fugiria da tradicional Poupança, cuja rentabilidade, historicamente, era muito aquém de sua expectativa.

Assim, como estratégia de investimento, decidiu adotar a Alocação de Ativos, começando de forma equilibrada entre 4 classes diferentes:

Investimentos Inteligentes - Começando a Investir utilizando a Estratégia de Alocação de Ativos

Para garantir um menor custos nas operações, Larissa, com orientação do seu Consultor Financeiro Pessoal, fez uma ampla pesquisa de taxas em corretoras e percebeu que, se fosse utilizar seu banco de relacionamento, seus custos seriam muito maiores. Então ela optou por manter no seu banco de relacionamento apenas a aplicação em fundos cambiais (para evitar a guarda de moeda em espécie em sua residência). As demais operações (Tesouro Direto, Fundos Imobiliários e Ações) faria através de uma corretora que pratica as seguintes taxas:

  • Taxa de Administração no Tesouro Direto: 0,20% ao ano
  • Taxa de Corretagem: R$ 2,90 por ordem
  • Taxa de Custódia: R$ 6,90 por mês

Como ela possui uma conta digital no seu banco de relacionamento, não paga tarifa para efetuar DOC's (necessário para transferir recursos para a Corretora). Por outro lado, a Corretora só cobraria tarifa referente a DOC's de valores inferiores a R$ 500.

Para investir no Tesouro Direto, ela aprendeu que, independentemente do valor, o custo relativo seria sempre o mesmo: Taxa de Administração (0,20% a.a.) + Taxa de Custódia (0,30% a.a.) = 0,5% a.a. Sendo que o valor da Taxa de Administração referente ao primeiro ano seria cobrado no ato da compra.

Apesar de haverem corretoras que não cobram Taxa de Administração para investimento no Tesouro Direto, chegou a conclusão que seria vantajoso concentrar seus recursos em uma única corretora para facilitar a reaplicação dos recursos. Assim, sua escolha busco equilibrar custos do Tesouro Direto, custos de Corretagem e Custódia.

Para as operações com Fundos Imobiliários e Ações, cuja Taxa de Corretagem seria de valor fixo de R$ 2,90 por ordem executada, decidiu que somente realizaria operações com valores superiores a R$ 580. Dessa forma garantiria que o custo com Corretagem não ultrapassaria 0,5% por ordem.

Para as operações com Fundos Cambiais, valem as regras dos fundos do seu banco de relacionamento. Não há um valor mínimo inicial nem para aplicações e resgates subsequentes.


Planejando os primeiros aportes


Obviamente, como os valores a serem aportados mensalmente serão inferiores aos R$ 580 mínimos estabelecidos para as operações com Fundos Imobiliários e Ações, Larissa percebeu que precisaria estabelecer uma metodologia. Após discutir com o Consultor Financeiro Pessoal, traçaram a seguinte estratégia:

  1. Começaria aplicando em Títulos Públicos;
  2. Quando o montante em Títulos Públicos ultrapassasse R$ 580, passaria a aplicar o aporte mensal  nos fundos Cambiais até atingir o mesmo montante;
  3. Os aportes seguintes seriam direcionados para um Fundo DI do seu banco de relacionamento;
  4. Quando o montante em Fundo DI atingisse ultrapassasse R$ 580, transferiria esse valor para a Corretora e compraria Fundos Imobiliários;
  5. Voltaria, então, a aplicar seus aportes mensais no Fundo DI;
  6. Quando o montante em Fundo DI voltasse a atingir R$ 580, transferiria esse valor para a Corretora e compraria Ações;
  7. Voltaria ao primeiro passo, sempre tendo como referência múltiplos de R$ 580.

O Fundo DI sempre funcionaria como uma aplicação temporária, apenas para não manter o dinheiro parado em conta corrente, até que o valor acumulado ultrapassasse os limites mínimos definidos para aplicação em Fundos Imobiliários e Ações.

Larissa aproveitaria o tempo decorrente entre a aplicação inicial em Títulos Públicos e a primeira compra de Fundos Imobiliários para aprender mais a respeito desta modalidade, bem como a respeito do investimentos em Ações.


Dando dinamicidade a estratégia de Alocação de Ativos


Buscando aumentar a probabilidade de sempre comprar na baixa e vender na alta (devidamente alertada pelo seu Consultor Financeiro Pessoal de que é algo muito difícil de ser feito), Larissa decidiu tornar os percentuais de Alocação em cada Classe flexíveis.

Primeiro, definiu as classes com correlação negativa (Ações x Câmbio e Renda Fixa x Fundos Imobiliários). Isso quer dizer que estas classes, geralmente, caminham em sentido contrário. Ou seja, quando uma sofre valorização a outra desvaloriza.

Segundo, definiu que quando uma classe sofrer desvalorização aumentará a meta para esta classe conforme o percentual de desvalorização. Exemplo: Ações está com meta de 25%; sofreu desvalorização de 3%; meta passa a ser 25,75% (0,25 * 1,03). Como consequência, a Classe Câmbio sofreria a mesma desvalorização, passando ter meta igual a 24,25%.

Dessa forma, Larissa estará aumentando a probabilidade comprar mais ações na baixa e vender na alta.

ATENÇÃO: perceba que não há a ilusão de se acertar o momento da virada no mercado, mas apenas reforçar sempre as compras da Classe que se desvalorizou enquanto vende a que se valorizou para realizar lucros.


Conclusão


Para que se obtenha sucesso quando o assunto é investimentos, é importante que se tenha um estratégia bem definida. Não resta dúvida que, para o investidor que foca a formação de patrimônio no longo prazo e nem tem tempo de ficar acompanhando on-line as variações de preços dos diversos mercados financeiros, a Alocação de Ativos surge como a estratégia mais adequada.

Então, é só ter persistência, manter-se firme nos objetivos e na estratégia que, com o tempo e com o aumento dos recursos acumulados, você "colherá os frutos" e o dinheiro começará a trabalhar para você.

Mas um investimento passivo não significa um investidor passivo. É preciso estar atento à conjuntura econômica para, se necessário, adaptar-se objetivando reduzir os riscos e/ou aproveitar oportunidades ganhos maiores.

Também é fundamental estar atento aos custos operacionais que, se forem muito elevados, poderão corroer significativamente seus rendimentos.

No próximo artigo desta série veremos, na prática, os passos seguintes de Larissa que começará a aplicar seu dinheiro.

"Lutar, sempre...
Vencer, talvez...
Desistir, JAMAIS!"


Pense nisso!

Um grande abraço e até a próxima!


Kleber Rebouças

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Comentários

  1. Belo post! Uma hora a pessoa tem que começar investir. Como diz o livro Pai Rico, Pai Pobre, "pague a si próprio primeiro, depois pague os outros". Claro que para investir nunca pode se perder o foco no objetivo, ou seja, qual o propósito.

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    Respostas
    1. É por aí Vilmar! Persistência também é fundamental. Afinal, não devemos desistir no primeiro tombo!

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    2. "No próximo artigo desta série veremos, na prática, os passos seguintes de Larissa que começará a aplicar seu dinheiro."
      Vamos ter essa continuação?

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    3. Sim, banoos.

      Link para o artigo seguinte: http://www.ricodinheiro.com.br/2014/02/investimentos-inteligentes-o-inicio.html

      Todos os artigos da série são listados aqui: http://www.ricodinheiro.com.br/p/blog-page_8.html

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