Carteira de Investimentos - Setembro de 2013
Olá pessoal!
Desde julho o IBOV vem apresentando uma tendência de alta, sustentada por um aumento gradual no volume. Com a diminuição do volume, era de se esperar uma queda. Ainda não desconfigurou a alta de Curto Prazo. Porém, dado o cenário macroeconômico mundial, todo cuidado é pouco. Perder o suporte de 49k5 significa retomar o pessimismo que impera desde o início do ano e continua a trajetória de queda do Médio Prazo.
Os objetivos deste artigo são:
- Demonstrar como acompanhar a rentabilidade de uma carteira de investimentos;
- Demonstrar como comparar a rentabilidade de uma carteira de investimentos com outros indicadores;
- Comentar as principais variações na carteira;
- Comentar as principais expectativas para os períodos futuros.
ATENÇÃO
O artigo a seguir foi escrito para fins meramente educacionais. Apesar de basear-se em fatos reais não se trata, em nenhuma hipótese, em recomendação de investimento. Os ativos citados no texto, bem como as rentabilidades apresentadas, são decorrentes de ativos nos quais o autor investe e de suas variações de preço conforme situação específica da carteira de investimentos do autor. Decisões de investimento baseadas nas informações apresentadas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de quem assim o fizer, não sendo o autor responsável pelas consequências destas decisões.
Setembro 2013
Mais um mês em que a volatilidade foi menor que o mês anterior. Em setembro, em nenhum dia ouve variações superiores a 2%, para mais ou para menos. O IKEU fechou com +0,5%. O destaque positivo ficou com o IKEU Ações que fechou com +5,1%. Já o destaque negativo ficou com o IKEU Câmbio que fechou com -5,5%.
Veja o resultado de R$ 1 mil reais investido tendo como base cada um desses indicadores do índice IKEU:
Mais uma vez, a diversificação em diferentes classes de ativos demonstrando seu valor.
Rentabilidade da Carteira nos últimos 12 meses
Finalmente um mês em com uma rentabilidade expressiva na alta. Mas ainda assim temos 5 meses de alta contra 7 de baixa. A grande razão para a diferença entre a alta do iKEU (+0,5%) e a da Carteira (+4,1%) é que a alocação em Renda Variável e Câmbio. Enquanto o iKEU possui 25% alocado em Renda Variável (melhor resultado o mês) a Carteira possui 47,5%. Já no Câmbio (pior resultado do mês), o iKEU possui 25% enquanto a Carteira possui meros 5,8%.
Não há mérito ou demérito em um ou outro posicionamento. A diferença de alocação apenas significa a disposição do investidor em assumir um ou outro risco.
Agora é torcer para que as turbulências macroeconômicas não joguem um balde de água fria na tendência de alta.
Evolução da Carteira
Apesar da alta no mês, ainda há um longo caminho pela frente para que a Carteira volte a apresentar resultado real positivo. A defasagem até o mês é de 4,9%. Desde o início do acompanhamento da Carteira (Outubro de 2011), apenas em um mês houve variação superior a 4,9% que foi em Janeiro de 2012, quando houve a valorização recorde de 9,7%. Tirando esse ponto fora da curva, a maior valorização foi de 4,7% em Julho de 2012.
A alteração na Alocação entre as Classes de ativo é fruto apenas de suas valorizações/desvalorizações ao longo de Setembro. Assim ficou:
Um ajuste, realocando o excesso em ações para as demais classes já se mostra claramente necessário.
Por dentro da Carteira
Após detalhar a Classe Câmbio da Carteira, no mês passado, chega a hora de abrirmos a Classe Renda Fixa.
Legenda:
AL M = Alocação dentro da Classe
AL T = Alocação no Total da Carteira
Os recursos estão distribuídos em 10 ativos diferentes, sendo que alguns são ativos similares a exemplo das LTNs (juntas somam 10,4% do Total da Classe Renda Fixa ou 2,4% do Total da Carteira) e NTNFs (juntas somam 11,0% do Total da Classe Renda Fixa ou 2,5% do Total da Carteira).
A dispersão em dois Títulos Públicos similares se dá em razão da data de vencimento. Tenho preferência por Títulos de prazo de vencimento mais longo. Então, à medida que novos Títulos com prazos mais longos sejam ofertados, novos títulos podem surgir na Carteira. Contudo, a análise da Alocação é sempre feita pela soma dos Títulos similares.
Chama logo a atenção a maior concentração num ativo chamado Empréstimo. Trata-se de recursos emprestados a amigos e/ou familiares. É algo extremamente arriscado! Se a pessoa que recebeu os recursos passar por alguma dificuldade por vir a trazer problemas para sua Carteira. Pior, é possível que ainda que fique um clima ruim entre as partes colocando em risco, inclusive, um relacionamento que antes era bom. Muito cuidado com essa prática!
Também chama a atenção a quantidade de recursos alocados em Título de Capitalização. Vale frisar que esta é a PIOR modalidade de investimento (se é que dá para chamar disso). Talvez seria melhor chamá-los de Título de Descapitalização. Mas então, porque tenho recursos alocações nesse ativo? A resposta é simples: troquei as apostas nas loterias da Caixa Econômica Federal pelos Títulos de Capitalização.
Quando apostamos nas loterias, caso não sejamos contemplados, todo o recurso empregado é perdido, não recebe de volta nem um centavo. Ao comprar um Título de Capitalização, você recebe combinações numéricas para concorrer a sorteios. Se não levar o prêmio via sorteio, ao fim do período você recebe parte do valor gasto corrigido. Portanto, é como se eu estivesse reapostando a cada período os mesmos recursos.
O montante nesse ativo está distribuído em 4 Títulos de Capitalização de pagamento único, com prazo de vencimento de 3 anos a partir da data de aquisição. A cada novo período adquiro mais um Título de Capitalização com recursos dos que já possuo mais valor acumulado especificamente a esse fim.
Ao invés de jogar na loteria, invisto 1/36 do valor do Título de Capitalização por mês para quando for comprar um novo ter os recursos disponíveis sem afetar meu Planejamento Orçamentário. Assim, estes 4 Títulos de Capitalização foram adquiridos num período 9 anos. Nada absurdo. ATENÇÃO: Só faz sentido alocar seu dinheiro em Títulos de Capitalização se for dessa forma. Esqueça as ofertas dos gerentes de banco.
No que se refere a Títulos Públicos, se somarmos todas os Títulos envolvidos percebemos que a alocação total é de 51,9% em relação Classe e 12,0% em relação a Carteira. Vale destacar que isso configura um perfil extremamamente arrojado para a Carteira.
Há um pouco de recurso em Conta Corrente. Esse montante é decorrente de sobras das operações de compra de ativos e de dividendos recebidos. Uso esse recurso para pagar a tarifa de custódia mensal cobrada pela Corretora.Sempre que acumulado valor que justifique a corretagem a ser paga, faço a aplicação no ativo que está mais abaixo da meta de Alocação.
Por fim, dentro em breve estudarei mais dois novos ativos para a Renda Fixa. São CDB's com oportunidades de rentabilidade superior a CDI, limitando o valor investido ao garantido pelo FGC.
O que esperamos
Os maiores riscos para a manutenção da alta em Renda Variável continua vindo dos EUA. A materialização do calote, embora improvável, segundo analistas, trará incertezas e volatilidade. Fica ainda pendente uma solução pacífica definitiva para a Síria que também continua a aumentar os níveis de incerteza.
Do lado tupiniquim, a trajetória de alta da SELIC também tem trazido impactos negativos. A elevação da taxa de Juro Oficial do Governo Federal torna os investimentos em ações menos atrativos bem como derruba os valores do Fundos Imobiliários e Títulos Pré Fixados. Porém, como tenho alertado, a queda dos preços desses ativos abre janelas de oportunidades para quem visa a formação de um patrimônio de longo prazo.
E, como tudo que sobre desce, quando a taxa começar a ser reduzida esses ativos serão, possivelmente, os mais rentáveis. A questão é que não há nem quando nem a partir de quanto isso acontecerá. Assim, foco na formação de patrimônio ao invés de ganhar na volatilidade é fundamental!
E vamos que vamos!
Um grande abraço e até a próxima!
Kleber Rebouças
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