Carteira de Investimentos - Agosto de 2013
Olá pessoal!
O IBOV mostrou uma recuperação e formou um novo Canal de Alta ao romper os 50 mil pontos. Fechou o mês em alta. O melhor de tudo é que a elevação dos preços foi acompanhada por uma elevação do volume, o que torna a alta mais sustentável. Fica ainda a dúvida se esta tendência se manterá por um período mais longo, dado a instabilidade que vivemos na economia mundial.
Os objetivos deste post são:
- Demonstrar como acompanhar a rentabilidade de uma carteira de investimentos;
- Demonstrar como comparar a rentabilidade de uma carteira de investimentos com outros indicadores;
- Comentar as principais variações na carteira;
- Comentar as principais expectativas para os períodos futuros.
ATENÇÃO
O artigo a seguir foi escrito para fins meramente educacionais. Apesar de basear-se em fatos reais não se trata, em nenhuma hipótese, em recomendação de investimento. Os ativos citados no texto, bem como as rentabilidades apresentadas, são decorrentes de ativos nos quais o autor investe e de suas variações de preço conforme situação específica da carteira de investimentos do autor. Decisões de investimento baseadas nas informações apresentadas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de quem assim o fizer, não sendo o autor responsável pelas consequencias destas decisões.
Agosto 2013
A volatilidade de Agosto, apesar de menor que no mês anterior, ainda foi considerável. Tivemos muitos dias com baixas expressivas. O IKEU fechou com +0,9%. O destaque positivo ficou com o IKEU Câmbio que fechou com +7,0%. Já o destaque negativo ficou com o IFIX que fechou com -3,7%.
Veja o resultado de R$ 1 mil reais investido tendo como base cada um desses indicadores do índice IKEU:
Veja a importância da diversificação. Ao fazê-lo, você não leva todo o prêmio de ter acertado que o Câmbio seria a melhor aplicação do mês. Mas também não fica com o prejuízo de ter errado e apostado nos Fundos Imobiliários.
Rentabilidade da Carteira nos últimos 12 meses
Apesar do IKEU ter fechado com alta de 0,9% no mês de Agosto, a Carteira fechou com queda de 0,7%.
Duas as razões explicam essas divergências:
- O IKEU é índice que criei que busca uma Diversificação Linear entre as classes e os ativos. No IKEU não há ações ou fundos específicos, apenas índices. Já na Carteira sim;
- A principal razão do resultado negativo está na elevação da Meta SELIC pelo Banco Central.
O item 2 merece maiores detalhes.
Quando a perspectiva é de aumento na Taxa SELIC, o preço dos Títulos Públicos sofrem uma queda. Isso ocorre porque, em especial os Títulos Pré Fixados, são negociado pelo seu Valor de Face trazido a Valor Presente. Então se a Taxa sobe, o Valor Presente cai. Mas isso só significará prejuízo ao investidor caso ele decida vender seu Título. Isso porque se ele mantiver o Título até o vencimento, receberá o valor acordado. E o acordado não sai caro, em tese.
A elevação da Taxa SELIC também impacta negativamente os Fundos Imobiliários. Isso porque o principal (mas não único) foco dessa classe de ativo é obter renda mensal com os aluguéis e/ou juros provenientes dos financiamentos imobiliários. Funciona mais ou menos assim:
- Você tem um FII cujo custo médio unitário de compra é R$ 133,50;
- Esse FII pagou R$ 0,96 por cota, o que dá um Yeld de 0,72% (0,96 / 133,50 * 100);
- A Taxa SELIC Mensal é 0,71% (8,5% / 12);
- Como o Yeld do FII (0,72%) é superior a SELIC Mensal (0,71%) significa que o aluguel está te proporcionando melhor resultado que comprar Títulos Públicos;
- A Taxa SELIC Mensal, em seguida, é elevada para 0,75% (9,0% / 12);
- Visto que o aluguel não sofreu reajuste, o FII já não está em posição de vantagem em relação aos Títulos Públicos;
- Como não está em vantagem, o que a maior parte dos investidores tenderão a fazer? Vender seus FII's;
- Os especuladores, sabendo que os investidores tenderão a vender seus FII's o que farão? Venderão FII's;
- Como tem mais pessoas vendendo que comprando o que ocorre com os preços? Caem;
- Então FII fecha o mês cotado a R$ 122,00, provocando uma desvalorização para quem manteve os FII's em carteira;
- Como o preço do FII caiu, seu novo Yeld passa a ser 0,79% (0,96 / 122,00 * 100);
- Novamente ficando num patamar de vantagem em relação a SELIC Mensal, que é de 0,75%;
- Possivelmente, investidores e especuladores observando novamente essa posição de vantagem do FII voltarão a comprá-lo, provocando nova subida do preço.
É assim que o mercado vai se ajustando e se equilibrando, de acordo com a Lei da Oferta de da Procura.
Vale lembrar que, se você é de fato investidor, tem uma visão de longo prazo e foca a formação de patrimônio ao invés de ganhos com a volatilidade, não se deixará abater pela queda momentânea na cotação de seus ativos. Pelo contrário.
Se antes de comprar o FII você avaliou que pagar R$ 133,50 por ele era um ótimo negócio, pagar R$ 122,00 é um negócio melhor ainda. Aproveite para reduzir o seu custo médio e lembre-se que a economia é formada por ciclos. Agora a taxa de juro está subindo, mais à frente ela poderá cair. E o efeito será exatamente o oposto. O mesmo raciocínio vale para os Títulos Públicos.
O destaque positivo da carteira fica com a Classe Câmbio que valorizou 3,6% no mês. Como o % de Alocação é baixo (6,0%) essa rentabilidade provocou apenas a elevação de 0,2% na carteira como um todo. Insuficiente para compensar as perdas com FII e RF.
Evolução da Carteira
Apesar da queda no mês, não foi nada comparável a perda desde o início do ano. Mesmo que a Taxa SELIC continue subindo, caso o IBOV tenha força para manter a tendência de alta durante o mês de setembro, são grandes as chances de termos valorização a Carteira.
Não houve nenhuma mudança significativa nas alocações esse mês.
Por Dentro da Carteira
Vamos inciar uma nova seção. Agora que a carteira está estabilizada, vamos dar uma olhada com mais detalhes nos ativos que a compõe. Comecemos pelo Câmbio, classe com a menor Alocação.
São três os Ativos Alvos dessa Classe: Dólar, Euro e Ouro.
Como o volume de recursos nessa classe é baixo, ainda não temos alocação em Ouro, ficando, portanto, restrito a Dólar e Euro. Veja como os recursos estão distribuídos nessa Classe:
Legenda:
AL M = Alocação dentro da Classe
AL T = Alocação no Total da Carteira
Podemos perceber o total equilíbrio entre a alocação em Dólar e Euro. No caso do Dólar, há uma parte guardada em espécie e outra em um fundo de investimento do BB. Por questão de segurança, manter o valor num fundo no banco, apesar da taxa de administração cobrada, me parece mais sensato. A não ser que haja a possibilidade de se utilizar estes recursos para uma viagem ou algum gasto nesta moeda num curto espaço de tempo.
O que esperamos
O mês de Setembro, até o momento, tem mostrado-se promissor. A tendência de Alta tem ganhado força o que é muito bom para dar um alívio no curto prazo.
Mas a instabilidade da economia mundial continua. Ainda temos o risco de declaração de guerra dos EUA à Síria. A inflação no Brasil, apesar do alívio em Julho ainda requer cuidados. Enfim, ainda estamos longe de ficarmos tranquilos.
E vamos que vamos!
Um grande abraço e até a próxima!
Kleber Rebouças
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