Planejamento Financeiro Pessoal - 6 passos para controlar as despesas anuais
Olá Pessoal!
Nem toda despesa que temos ocorre mensalmente. Algumas ocorrem numa periodicidade maior: 6 meses, 1 ano... Isso pode tornar-se um pesadelo. Por não precaverem-se para o desembolso, algumas pessoas sofrem um tremendo revés em suas despesas do mês tendo que, muitas vezes, endividar-se para pagar as contas "extras".
Os objetivos deste artigo são:
- Demonstrar a importância de se planejar;
- Dar dicas de como se preparar para não se apertar quando tiver que pagar despesas periódicas;
- Demonstrar as vantagens de se pagar à vista este tipo de despesa;
- Demonstrar que, em algumas situações, não é melhor pagar à vista;
- Demonstrar que um bom planejamento financeiro proporcionará economias significativas.
Planejar é preciso!
Um Planejamento Financeiro bem controlado permite que você visualize como se comportará suas despesas e receitas alguns meses à frente. Além disso, lhe dá uma visão de qual é o seu gasto médio mensal em diversas categorias. Portanto, um Orçamento equilibrado é aquele em as receitas são maiores que as despesas e ainda nos permite poupar parte da nossa renda a cada mês.
Contudo, há despesas que podem não acontecem mensalmente, mas numa periodicidade superior. Para algumas pessoas, isso pode ser um pesadelo para suas finanças pessoais pois, estando com suas receitas praticamente equiparadas ou superiores às receitas, um gasto extra pode significar a gota d'água que faltava para perder o controle de suas Finanças Pessoais.
E não são poucas as despesas: IPVA, IPTU, seguros, matrícula escolar, anuidade de conselho de classe, de cartão de crédito, festa de aniversário do filho, presentes natalinos...
Existem, ainda, as despesas não recorrentes. Devemos entender por despesas não recorrentes aquelas que sabemos que irá acontecer mas não temos como prever exatamente quando ou quanto custarão. Exemplo: revisão do carro, manutenção em eletrodomésticos, manutenção em seu imóvel...
Por fim, há aqueles desejos de consumo, de valor mais elevado, que ficamos sempre tentados a comprar de forma parcelada por não termos o dinheiro total necessário para realizar a compra à vista. Exemplo: trocar o carro, fazer uma viagem, comprar eletrônico novo...
Mas é possível preparar-se adequadamente para que quando chegue o momento de pagar a despesa você não tenha dificuldade nem precise recorrer a empréstimos ou parcelamento com juro. Para isso, é preciso de uma dose de organização, uma pitada de planejamento e muita, mas muita obstinação.
#1 Identifique as despesas
Antes de mais nada, é preciso ter clareza de quais são essas despesas. Assim, relacione as despesas anuais numa planilha que contenha, no mínimo, a descrição, a data de vencimento e o valor da despesas.
Para definir o valor, uma boa prática é atualizar o último valor da despesa pelo IPCA dos últimos 12 meses. Dessa forma corre-se menor risco do recursos acumulado não ser suficiente para cobrir a totalidade da despesas. Se sobrar, melhor ainda.
Para dar uma noção de urgência, ordene do vencimento mais próximo para o vencimento mais distante. Assim saberá qual o montante que terá que acumular de forma mais urgente para dar conta do pagamento. Veja o exemplo:
#2 Mensalize os gastos
O segundo passo refere-se a calcular, por mês, qual o valor que deve ser economizado mensalmente para garantir o pagamento das despesas no vencimento. Aqui, se é a primeira vez que está fazendo o planejamento, cabe uma pausa.
Geralmente, a primeira ideia que nos vem é dividir o valor por 12. Essa forma estaria perfeita se tívessmos 12 meses possíveis de acumulo pela frente. Contudo, veja que, conforme o exemplo acima, apenas dois meses separam a data atual do próximo vencimento. Então, seria mais prudente dividir, nesse primeiro momento, o valor pela quantidade de meses que faltam para o vencimento. Veja o exemplo considerando as duas situações:
Não resta dúvidas que a segunda forma seria a melhor. Assim, após efetuar estes primeiros pagamentos, o valor poderá ser dividido por 12 meses, reduzindo assim o esforço mensal. Contudo, ao adotar esta forma de cálculo, o montante inicial a ser economizado pode pesar consideravelmente no orçamento.
Então, se não puder adequar seu orçamento para a segunda forma, na pior das hipóteses, adote a primeira.
#3 Controle o saldo acumulado
Tão importante quanto economizar, é saber quanto já se economizou, especialmente quando chegar no momento de se efetuar o pagamento. O controle fica mais fácil se usar uma aplicação separada para acumular os recursos. Contudo, ao fazê-lo, perde a oportunidade de acessar aplicações com custo mais baixo e, com isso, aumentar a rentabilidade.
Controlar o saldo acumulado permitirá verificar se o seu objetivo está sendo atingido e, com isso, se for o caso, corrigir o rumo para garantir que o objetivo seja atingido.
#4 Pague à vista quando chegar no vencimento
Normalmente é ofertado ao consumidor descontos para que realize à vista o pagamento das despesas citadas. Em raras ocasiões o pagamento à vista não é mais vantajoso ao consumidor. Há situações em que os descontos chegam a 20% do valor nominal.
Lembre-se que você terá o saldo para realizar o pagamento. Então, basta resgatar este valor da aplicação. Assim, aquela despesa anual que antes poderia afetar seu orçamento agora é paga com desconto, sem afetar seus gastos normais.
#5 Não financie para pagar à vista
Via de regra, tomar dinheiro emprestado para realizar o pagamento à vista não compensa. Fazendo uma conta conta bem simples: se você tem desconto de 10% para pagar antecipadamente em 5 meses uma despesa e o banco te cobra 3% ao mês de taxa de juro, basta multiplicar esta taxa por 5 (15%) para perceber que é uma furada.
Portanto, fuja das "vantagens" ofertadas pelos bancos para que você tome empréstimos para aproveitar descontos. Dificilmente será uma opção vantajosa.
#6 Não pague à vista se não houver desconto
Acredite em mim, não existe parcelamento sem juro. Contudo, algumas empresas utilizam-se dessa falsa promessa para justificar a não redução do preço. Isto é muito comum com seguros de veículos.
Geralmente, a segura faz a proposta com o valor dividido em até 4 vezes sem juro. Se a divisão for em uma quantidade maior de parcelas passa a cobrar juro. Quando isso ocorre, o pagamento à vista passa a não ser vantajoso para o consumidor. O que fazer então?
Simplesmente não pague à vista, divida na quantidade máxima de parcelas "sem juro" e, cada vez, saque da sua aplicação o valor da parcela que está sendo paga. Ao fazer isso, o consumidor está rentabilizando o saldo que ficou guardado.
Mas lembre-se, na hora de calcular qual o valor que deverá ser economizado para o pagamento do ano seguinte a quantidade de meses até o vencimento é menor. Portanto, não esqueça de considerar isso.
*** Bônus: Outras despesas que podem se aproveitar dessa sistemática ***
Existem outas despesas que podem se utilizar dessa sistemática para se obter generosos descontos. Inclusive despesas de montante elevado. Um exemplo: Escola dos filhos.
Imagine que a mensalidade da escola de seu filho seja de R$ 700,00 mensais. Multiplicando por 13 (para considerar a taxa de matrícula) teremos uma anuidade de R$ 9.100,00. Você então procura a escola e se oferece para realizar o pagamento à vista.
Com esse dinheiro a escola pode antecipar uma receita considerável, reduzir o risco de inadimplência, antecipar a quitação de possíveis dívidas... Enfim, é um ótimo negócio.
Você argumenta com a escola e consegue um desconto de 15% sobre o valor original: R$ 1.365,00. Então lembra que o rendimento dessa sua aplicação é de 9% ao ano: R$ 819,00. Alguma dúvida de que o pagamento à vista é mais vantajoso?
E para garantir que no ano seguinte você tenha, novamente, recursos para fazer o pagamento novamente à vista, você deverá economizar mensalmente o valor necessário. Como despesas escolares, além da inflação, sofrem o reajuste em função da mudança da classe, sugeriria economizar os R$ 9.100 dividido por 12, ou seja, aproximadamente R$ 760,00.
Conclusão
O raciocínio aqui apresentado pode ser utilizado em diversas situações. Além dos benefícios já citados, podemos ainda destacar que, ao considerar no seu planejamento financeiro mensal a reserva de um valor para pagar gastos de maior periodicidade, você consegue visualizar de maneira mais precisa o custo de manutenção de determinados bens.
Assim, seu cerébro estará treinado para, antes de comprar qualquer bem, avaliar quais serão os custos envolvidos na manutenção deste e se este custo afetará seu planejamento mensal, evitando que fique em apuros.
E vamos que vamos!
Um grande abraço e até a próxima!
Kleber Rebouças
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