Carteira de Investimentos - Junho 2013






Carteira de Investimentos - Junho 2013

Olá pessoal!

A bruxa entrou em campo na BOVESPA durante o mês de junho. O IBOV teve o pior desempenho dos últmos 12 meses. Este também foi o segundo pior resultado mensal dos últimos 24 meses. Só não foi pior que maio/2012 quando o IBOV recuou 11,86%. O que fazer nessa situação?

Os objetivos deste post são:

  • Demonstrar como acompanhar a rentabilidade de uma carteira de investimentos;
  • Demonstrar como comparar a rentabilidade de uma carteira de investimentos com outros indicadores;
  • Comentar as principais variações na carteira;
  • Comentar as principais expectativas para os períodos futuros.

ATENÇÃO


O artigo a seguir foi escrito para fins meramente educacionais. Apesar de basear-se em fatos reais não se trata, em nenhuma hipótese, em recomendação de investimento. Os ativos citados no texto, bem como as rentabilidades apresentadas, são decorrentes de ativos nos quais o autor investe e de suas variações de preço conforme situação específica da carteira de investimentos do autor. Decisões de investimento baseadas nas informações apresentadas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de quem assim o fizer, não sendo o autor responsável pelas consequencias destas decisões.

Carteira de Investimentos - Junho 2013


Junho de 2013


Carteira de Investimentos - Junho 2013



Mês tenebroso. Dos 20 pregões do mês, o IBOV teve resultado negativo em 11 deles. Até aí nada demais, poderia ser um mês normal. Mas se observou bem o gráfico acima, percebeu que as barras vermelhas negativas são muito maiores que as positivas. Enquanto apenas duas barras ultrapassaram a marca de +2%, sete ultrapassaram a marca de -2%. E isso faz toda a diferença.

Vale lembrar que o IBOV é um índice composto por 71 ações de 65 empresas diferentes. Assim, dentro do índice sempre existem empresas que fazem o movimento contrário. Temos que lembrar ainda que cada empresa tem um peso, portanto, afeta em proporções diferentes o índice.

Por exemplo, a ação VALE5 (Vale) é a de maior peso, sendo responsável 8,59% do índice. Já a TRPL4 (Transmissão Paulista) é a de menor peso, correspondendo a 0,25% do total. No mês de junho, VALE5 teve um resultado de -5,6% enquanto TRPL4 amargou -10,6%.

Assim, supondo que tenha investido R$ 1 mil no índice, qual o impacto de cada uma dessas ações para o investidor, considerando, a título de exemplo, que todas as demais ações que compõe o índice não tivesse sofrido variação em seu preço?

VALE5: R$ -4,79 ou -0,48% (8,59% * -5,6% * R$ 1.000)
TRPL4: R$ -0,27 ou -0,03% (0,25% * -10,6% * R$ 1.000)

Ou seja, a queda da TRPL4 foi quase o dobro em relação à da VALE5, contudo, provocou um prejuízo muito menor para esse investidor.

Quando olhamos todas as 71 ações, percebemos que 8 delas tiveram variação positiva. Dito isto, que tal dar uma olhada nas maiores altas e maiores baixas do IBOV em junho?

A tabela a seguir mostra as ações que tiveram as maiores altas e baixas. Aproveitei também para mostrar as ações que causaram os maiores impactos positivos e negativos no IBOV.

Carteira de Investimentos - Junho 2013
Essas tabelas demonstram claramente a vantagem de se praticar a estratégia de Alocação de Ativos. Perceba pelas tabelas da direita que um investidor que tivesse aplicado R$ 1.000 em OGXP3 (a famosa OGX de Eike) estaria com um prejuízo de R$ 427,54. Mas, como exemplo anterior, se tivesse adquirido um ETF baseado no IBOV a perda sofrida com OGXP3 seria de R$ 21,64.

É possível perceber também que apesar da LLXL3 (empresa de logística, também de Eike) ter sido a segunda empresa com maior perda, ela não aparece na lista das 5 que mais impactaram o IBOV. Isso porque seu peso é de apenas 0,25%. Já ITUB4 (Itaú Unibanco) que ocupa a 29a. posição entre os piores rendimentos do mês aparece impactando negativamente em 5o. lugar. Seu peso é 4,4%.

Tudo isso para mostrar porque o Investidor Inteligente sempre diversifica seus investimentos. A diluição do risco é fundamental para evitar perdas que possam lhe tirar, definitivamente, do "jogo".

Clique aqui para baixar os arquivos com os dados completos do IBOV.


Em relação aos FII o que pesa é a elevação da meta SELIC, uma vez que grande parte da expectativa de quem investe nessa classe é o rendimento mensal proveniente dos aluguéis. A conta é a seguinte: Se a SELIC rende 0,67% ao mês e, dado o meu valor de compra da cota, o rendimento que obtenho com o FII é da ordem de 0,60%, é melhor vender a cota e investir em Títulos Públicos. Resultado dessa lógica? Ótimas oportunidades em FII para o Investidor Inteligente!

No campo positivo ficaram o Dólar, rendendo 4,2% e o CDI, rendendo 0,59%. Apesar dos esforços do Banco Central para evitar a disparada do Dólar, quando se instala o desespero ou se perde a confiança numa economia, dificilmente segura-se o capital que migra para um porto mais seguro. Além disso, nunca é demais lembrar que, mesmo vagarosamente, a economia americana tem dados sinais de recuperação. Assim, "o bom filho casa torna". Os gringos chamam seu dinheiro de volta às origens para investir em sua própria economia.

Veja o resultado as 4 classes de ativos que acompanhamos, para um investimento hipotético de R$ 1.000:

Carteira de Investimentos - Junho 2013

Rentabilidade da Carteira nos últimos 12 meses


Carteira de Investimentos - Junho 2013

Com rentabilidade de -6,54%, de longe, junho foi o pior mês dos últimos 12 meses. Mais: foi o pior mês desde outubro/2011, mês em que comecei a acompanhar com maior detalhe a minha Carteira de investimentos. Mas, ainda assim, a rentabilidade da Carteira superou o IBOV.

Como havia informado no artigo referente a Abril, como a comparação com o IBOV não é tecnicamente a mais adequada, criei um índice ponderado para fazer um acompanhamento mais preciso. Continuarei testando este índice para avaliar sua consistência por mais um mês. Mas, a título de curiosidade, o resultado dele em junho foi -3,34%. Ou seja, a minha Carteira teve um resultado inferior.

Mês que vem divulgarei este índice. Aguardem!

Vejamos agora o resultado acumulado dos últimos 12 meses, acumulado do ano e do último mês:

Carteira de Investimentos - Junho 2013


2013 tem sido um ano muito difícil para o IBOV. Porém, se você não tem investimentos em bolsa, aconselharia que repensasse (preferencialmente antes de que seja anunciada a reversão do quadro no Jornal Nacional). A lógica aqui é: quanto mais o IBOV cair, menos arriscado ele fica. Simplesmente porque a cada queda fica mais barato.

Isso quer dizer que não cairá mais? Não, claro que não! A tendência ainda é de baixa, como verá adiante. Mas se fizer uma garimpada encontrará ações de grandes empresas sendo vendidas por preço inferior ao seu Patrimônio Líquido. Essa é apenas uma dica.

Apesar das aterrorizantes barra verdes negativas, o que me assusta aqui é uma barra positiva: IPCA de 12 meses. Oficialmente, o Governo Federal está, agora, acima do teto da meta. (Meta: 5,5%; Piso: 4,5%; Teto: 6,5%). Não podemos afirmar ainda que a inflação saiu do controle. Mas sim, é preocupante ver o atraso do Banco Central na elevação da meta SELIC. Tudo em nome de um crescimento pífio!

Evolução da Carteira


Carteira de Investimentos - Junho 2013


Nas movimentações do mês, vendi parte do ETF SMAL11 para adquirir algumas ações BRIN3 (BR Insurance). Assim, considero concluída a escolha das ações para a carteira. Agora só farei, eventualmente, rebalanceamento, caso haja um grande descolamento em relação ao percentual meta de alocação, ou adquirirei uma maior quantidade das ações que já possuo.

Outra novidade é que decidi considerar na Carteira recursos que possuo num fundo de previdência privada. Antes, acompanhava a sua evolução fora da Carteira. Como esperava quando tomei a decisão, incluí-lo mostrou que estou sendo muito mais conservador com meus investimentos do que supunha. Veja no gráfico a seguir como era a alocação dos meus investimentos antes e depois de sua inclusão:

Carteira de Investimentos - Junho 2013

A alocação em Renda Fixa aumentou 10,8 p.p. Isso ocorreu porque a consideração do fundo na Carteira representou um aumento de 21% do total de recursos controlados. Ou seja, o fundo passou a representar 17,5% do total de recursos.

Os recursos do fundo estão distribuídos da seguinte forma: Renda Variável: 18,7%; FII: 0,9%; Renda Fixa: 80,4%; Câmbio: 0,0%. Ou seja, eu tinha um volume grande de Renda Fixa investido sem que me desse conta porque olhava apenas para o total de recursos do fundo.

Após esse insight, percebi que a alocação que teria em Renda Fixa seria muito maior. Haja visto que outros recursos que ainda não considero na carteira possuem um valor relevante e, sem sombra de dúvidas, terão uma alocação tão ou mais conservadora que o fundo de previdência citado. Bom, isso será algo com o que me ocuparei até que tome uma decisão de incluir ou não os outros recursos.

O que esperamos


Carteira de Investimentos - Junho 2013


Em uma palavra: TENEBROSO. Esse é o melhor adjetivo para a configuração gráfica do IBOV. Mas isso para os comprados. Nos últimos pregões, o índice se sustentou-se num frágil suporte de 44,8 mil pontos (No artigo de Abril dissemos que o suporte estaria em 47,6 mil pontos.O mercado passou direto e não parou para dar tchauzinho).

Pior, não tem nada que esteja servindo para mudar o humor do mercado. Juro subindo, inflação no teto da meta, nível de endividamento do brasileiro aumentando, projeções de crescimento do PIB cada vez menor (inclusive já se fala em retração da economia)...

Semana que vem promete. Para ter uma ideia, em perdendo o suporte de 44,8 mil pontos sabe qual é o objetivo dos vendidos? 36,8 mil, quiçá 30,9 mil pontos. Sabe o que isso significa? Desvalorização de 31%. Olhe o gráfico semanal acima novamente. Veja em que ano ele começa. Te lembra algo?

Aguardo comentários.

E vamos que vamos!

Um grande abraço e até a próxima!


Kleber Rebouças

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