Planejamento Financeiro Pessoal - Identificando as Fontes de Receita

Olá Pessoal!

Geralmente, quando se fala do Orçamento Pessoal, foca-se o controle das despesas da família ou indivíduo. Pouco se fala sobre as fontes de receita. Para se ter um Orçamento equilibrado, saber de onde vem os recursos que garantem seu nível de qualidade de vida é fundamental.

Os objetivos deste post são:

  • Identificar possíveis fontes de receita;
  • Demonstrar como fazer o registro na planilha do IDEC;
  • Demonstrar a importância se entender o contracheque;

De onde vem seu dinheiro?

Planejamento Financeiro Pessoal

As fontes de recursos financeiros de um indivíduo podem ser as mais diversas, dependendo do seu perfil. Certamente um estudante possui uma fonte de recursos diferente de um empregado, que é diferente de um empresário e que é diferente de um aposentado. Também é possível que você tenha mais de uma fonte de receita além do seu salário como, por exemplo, receita de aluguel de algum imóvel. Há também aqueles que possuem remunerações sazonais (participação nos lucros, décimo terceiro), remuneração variável (comissão) e há aqueles que dependem única e exclusivamente de sua atuação profissional (autônomos).

Entender de onde vem seu dinheiro, qual é o seu perfil de renda, como a sazonalidade influencia a sua receita, quais são os fatores que determinam uma maior ou menor remuneração, é fundamental para que se mantenha um orçamento equilibrado.

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Renda Ativa x Passiva


A renda de uma pessoa pode ser Ativa ou Passiva. Roberto Kiyoasaki, Autor de Pai Rico, Pai Pobre, nos ensina que as pessoas economicamente ativas podem ser classificadas em quatro quadrantes:


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  • Quadrante E: Representa os Empregados, aqueles que trabalham para uma empresa ou para o Governo;
  • Quadrante S: Representa os Autônomos, aqueles que trabalham para si mesmo, mas sem uma estrutura empresarial, tais como médicos, advogados, dentistas, psicólogos e afins;
  • Quadrante B: Representa os Empresários, donos de empresas, são proprietários do sistema produtivo, contratam pessoas para executar o trabalho ficando a seu encargo a gestão do negócio;
  • Quadrante I: Representa os Investidores, pessoas que possuem capital e assumem risco de investi-lo em atividades e negócios produtivos com objetivo de valorizar o seu capital sem, necessariamente, interferirem diretamente na gestão do negócio.

Pela observação da dinâmica do nosso dia a dia podemos deduzir que a maior parte da população mundial encontra-se nos quadrantes E e S. Podemos, inclusive, utilizando o Princípio de Pareto, arriscar afirmar que:

  • Os Empregados e Autônomos representam 80% da população mas só detém 20% da riqueza, enquanto os Empresários e Investidores representam 20% da população e detém 80% da riqueza.


Outro aspecto que podemos apreender é que os Empregados e Autônomos precisam dispor de seu tempo (e sua presença física) para gerar renda numa medida maior que os Empresários e os Investidores. Enquanto os Empregados e os Autônomos só recebem se dispuserem seu tempo, conhecimento e habilidades na execução de uma atividade, os Empresários e Investidores, utilizando seu capital (seja dinheiro ou outro tipo de recurso), contrata os Empregados e os Autônomos para que este realizem determinada atividade e obtém como recompensa um determinado lucro.

Dessa forma, podemos afirmar que os Empregados e Autônomos possuem uma Renda Ativa (dependente do seu próprio esforço) enquanto os Empresários e Investidores possuem uma Renda Passiva (dependente do esforço de outros).

De forma alguma quero insinuar aqui que Empresários e Investidores não trabalham, pelo contrário. Apenas a natureza do trabalho é diferente e que o negócio do Empresário ou os investimentos do Investidor geram receita para estes sem que, necessariamente, estejam presentes. Também não queremos aqui determinar se é melhor estar em ou outro quadrante. Cada um possui suas vantagens, riscos e perfis necessários.

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Identifique sua fonte principal de receita


Mesmo que você possua mais de uma fonte de renda, é possível que uma delas se destaque em relação às demais, que represente de forma significativa a sua maior fonte de recursos. Essa é a fonte que você mais deve cuidar para que se mantenha ativa, pelo menos até que consiga desenvolver uma outra que a substitua.

Os Empregados têm na renda proveniente do trabalho assalariado sua maior fonte. Normalmente recebem seus recursos com uma grande previsibilidade. Os Autônomos, por sua vez, já possuem um maior grau de incerteza em relação às suas receitas mas, ainda assim, conseguem uma certa estabilidade em sua renda.

Já Empresários e Investidores possuem uma grande incerteza em relação a quanto "receberão" a cada mês em função do enorme grau de dependência em relação aos seus mercados de atuação. Ainda assim devem identificar qual é o produto/cliente que mais lhes proporciona lucro e buscar sua preservação.

Mas é preciso ir um pouco além da simples identificação da origem da renda. É preciso entender como é seu comportamento ao longo do tempo.

Um vendedor tem uma grande parte de sua remuneração vinculada a comissões de venda. Assim, a regularidade de sua remuneração não será a mesma de um empregado de uma área administrativa. Da mesma forma, há algumas parcelas da remuneração que são periódicas mas num tempo superior a um mês (décimo terceiro), aperiódicas (férias) e ou não recorrentes (abonos salariais). É preciso ter clareza sobre esse fluxo de caixa.

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Mapeando o perfil de sua principal fonte de receita


Agora vamos retomar a história do nosso personagem: Daisy Whitfoot. Se você não lembra quem é Daisy, reveja o Post Planejamento Financeiro - O Orçamento.

Daisy, com ajuda do seu Educador Financeiro, resolveu descobrir qual é o perfil de sua renda. Como uma Tecnóloga em Logística, ela possui uma remuneração fixa. Mensalmente ela recebe o contracheque de sua empresa e percebeu que ali encontraria todas as informações que ela precisa para fazer a análise. Seguindo as orientações do seu Educador Financeiro, ela elaborou a planilha seguinte, referente aos quatro meses de 2013:

Planejamento Financeiro Pessoal

Esta planilha permitirá a Daisy fazer um controle mensal das retenções que são efetuadas na fonte (antes de receber o salário). Se ela olhasse apenas para o valor líquido do seu contracheque não perceberia que 15% da sua remuneração bruta é "gasta" com tributos (INSS e IR). É muito comum que o trabalhador brasileiro não tenha essa noção.

Além disso, a planilha também permite que ela controle quanto que ela está destinando ao Plano de Previdência Privada patrocinado por seu empregador. Essa é a primeira poupança que ela formará para garantir uma renda futura.

A grande vantagem participar dos planos de previdência patrocionados pelo empregador é que, via de regra, este também contribui, juntamente com o empregado, para a formação da poupança, reduzido pela metade o esforço necessário para juntar um capital para aposentadoria.

Por fim, nos itens "Outros", Daisy terá o controle de outros itens que a auxiliarão na formação de uma poupança de longo prazo. Trata-se do recolhimento do FGTS e do plano de previdência privada por parte de seu empregador. Já abordamos no parágrafo anterior a questão da previdência privada. Quanto ao FGTS é bom sempre ter em mente que este é um valor do empregado, sujeito a algumas restrições em seu uso, claro, mas, ainda assim, é uma importante poupança do empregado. Esta será, portanto, a segunda poupança de Daisy.

Inserindo a receita real na Planilha do IDEC


Após elaborar a planilha para acompanhamento do seu perfil de receita, Daisy passou a alimentar a sua planilha de acompanhamento mensal do Orçamento Pessoal. Para isso, ela abriu seu arquivo de controle (Clique aqui para baixar), clicou na aba "Jan" e fez o registro conforme figura abaixo:

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É importante a correta classificação do código da receita (Coluna "Cod.") e de pagamento (Coluna "Meio de pagamento"). Eles serão utilizados para classificar as suas receitas e despesas em categorias de forma a facilitar a identificação do tipo de despesa que mais pesa no seu orçamento. Nessa planilha já não é necessário preocupar-se com o controle da receita líquida. Como ela será o controle do seu fluxo de caixa, o salário a ser lançado, conforme exemplo, é o salário líquido.

Não esqueça de preencher o saldo do mês anterior dos meios de pagamento utilizados, conforme a figura a seguir. Isso lhe possibilitará controlar saldo real em cada uma dessas "Contas".

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Como essa é a primeira vez que Daisy utiliza a planilha e ela deseja fazer o controle desde o início do ano, faz-se necessário que ela preencha as informações referentes as quatro primeiros meses do ano, registrando as receitas em seu respectivo mês:

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Automaticamente a planilha "Real" é preenchida:

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E assim Daisy deverá continuar nos meses seguintes, preferencialmente uma vez a cada 15 dias, atualizando a sua planilha com a receita que for auferindo. A disciplina é fundamental para que ela possa ter um bom planejamento financeiro.

Prevendo a receita futura


Uma vez que Daisy já tem claro qual é seu perfil de receita, poderá fazer a previsão do comportamento de sua receita nos meses seguintes. A previsão, longe de querer ser um valor a ser acertado até em seus centavos, será o seu planejamento, a referência que ela deverá utilizar para definir se os seus planos financeiros estão a caminho de serem realizados ou de darem errado. Se desejar, é possível que seu planejamento tenha um horizonte até de longo prazo. Dependerá de sua capacidade de elaborar cenários e entender as variáveis que afetam seu orçamento.

É importante que todo planejamento seja conservador. Se estamos projetando receitas, quanto maior for a incerteza, menor deverá ser o montante previsto. Se estamos projetando despesas, maior deverá ser o montante previsto. Dessa forma evitaremos surpresas desagradáveis.

Para fazer o seu planejamento, Daisy utilizou a planilha "Previsão" no arquivo do IDEC. Ela então preencheu mês a mês os valores que esperaria receber:

Planejamento Financeiro Pessoal

Dois fatos importantes foram considerados por Daisy na elaboração do seu planejamento:

  1. A data base para reajuste de sua categoria ocorre no mês de Julho. Assim, ela considerou em seu planejamento que ganharia um aumento de, aproximadamente, 5%. Apesar deste percentual ser relativamente conservador (dado que nossa inflação gira em torno de 6,5%), ela poderia ser ainda mais conservadora e não prever nenhum aumento salarial. Deixaria para rever seu planejamento quando este aumento, de fato, ocorresse. Assim, ela seria mais prudente.
  2. A empresa pagou o adiantamento do 13º em Fevereiro. Assim, a ela restou fazer a previsão do pagamento da segunda parcela em Dezembro.

Outras receitas, caso possuísse, poderiam ter sido planejadas por Daisy. Mas, por enquanto, não é o caso.


Para baixar a planilha de Daisy, preenchida com os dados que apresentamos, clique aqui.

Conclusão


Estamos avançando no entendimento de como montar uma planilha para controle do Orçamento Doméstico. Nunca é demais reforçar que a disciplina para guardar os comprovantes de despesas e alimentar a planilha é fundamental para o sucesso da empreitada. Apesar de, no início, tomar mais tempo, com a prática perceberemos que não será necessário mais do que uma hora a cada quinze dias para que tenha sua planilha totalmente atualizada e mais uma hora para analisá-la e rever seu planejamento.

Ser conservador em suas previsões de receitas e despesas é importante para evitar o comprometimento inadequado de sua renda. Quando prevemos receitas exageradamente altas ou despesas exageradamente baixas podemos cair no erro de nos sentirmos excessivamente confortáveis e sermos negativamente surpreendidos com uma receita menor que o previsto ou uma despesa maior do que poderíamos arcar.

Portanto, Mantenha o foco, tenha disciplina e invista em sua educação financeira.


Um grande abraço e até a próxima!

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