Carteira de Investimentos - Abril 2013





Haja emoção! Se você é daqueles que acompanha a movimentação da BOVESPA e está comprado em algum ativo deve ter ficado com o coração gelado com as oscilações do mês de Abril. Se em Março já houve uma volatilidade elevada, Abril superou e muito.


Os objetivos deste post são:

  • Demonstrar como acompanhar a rentabilidade de uma carteira de investimentos;
  • Demonstrar como comparar a rentabilidade de uma carteira de investimentos com outros indicadores;
  • Comentar as principais variações na carteira;
  • Comentar as principais expectativas para os períodos futuros.

ATENÇÃO

O artigo a seguir foi escrito para fins meramente educacionais. Apesar de basear-se em fatos reais não se trata, em nenhuma hipótese, em recomendação de investimento. Os ativos citados no texto, bem como as rentabilidades apresentadas, são decorrentes de ativos nos quais o autor investe e de suas variações de preço conforme situação específica da carteira de investimentos do autor. Decisões de investimento baseadas nas informações apresentadas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de quem assim o fizer, não sendo o autor responsável pelas consequencias destas decisões.


Abril de 2013


Para começar uma curiosidade: observe a escala do gráfico de variação diária de Março de 2013. Veja como parece que as escalas se invertem.

Publiquei o Post sobre a Carteira de Março no dia 10/04. No mesmo dia, um dos leitores respondeu-me dizendo que "Esse mês deu uma subida!!!!!". Minha resposta foi que o mês ainda não tinha terminado e a tendência do mercado era de indefinição no Curto Prazo mas, que no curtíssimo prazo a tendência era de baixa. No fim, o IBOVESPA encerrou o mês de abril com uma variação de -0,78%.

Veja o resultado do mês simulando uma aplicação de R$ 1.000,00 no início do mês:


No dia 10, dia do comentário do leitor, o IBOVESPA completaria uma sequência de 4 pregões de alta expressiva (mesmo assim sem conseguir recuperar as perdas iniciais). O interessante é que a partir do dia seguinte bastaram apenas 5 pregões para levar o índice para o fundo do poço.

É possível que o leitor tenha pensado "Só porque eu falei que tinha subido agora despencou!" Para completar, rapidamente o IBOVESPA inverte sua tendência de Curtíssimo Prazo subindo 5,7% em 10 pregões, quase recuperando o patamar do dia 10. Haja coração!

Duas coisas me chamaram a atenção após analisar este gráfico:

1. Dólar apresentando variação negativa

Via de regra, o Dólar e o IBOVESPA apresentam correlação negativa. Isso quer dizer que quando o IBOVESPA tem variação negativa o Dólar tem uma variação positiva. Isso ocorre porque o maior volume financeiro negociado na BOVESPA são de estrangeiros (21,1%). Portanto, eles ditam a tendência do mercado.

A lógica é:

a) Se o IBOVESPA está caindo é porque tem mais vendedores do que compradores;

b) Se a maior parte dos negociadores são estrangeiros, é possível que os vendedores também sejam estrangeiros;

c) Se o vendedor é estrangeiro, é natural que ao sair do IBOVESPA ele procure por Dólar;

d) Se ele procura por Dólar, força a subida da cotação da moeda.

Simples assim! Mas nem sempre a vida real funciona como manda a teoria!

2. IFIX, novamente, com rentabilidade negativa

Há quem diga que a bolha imobiliária está prestes a explodir. Então haverá uma desvalorização dos imóveis e, obviamente, isso irá repercutir no IFIX. Bem, do lado de cá, de alguém que não acompanha o mercado imobiliário muito de perto (ainda), não sei dizer se estamos ou não na iminência do estouro da bolha.

O que sei é que o volume de recursos que os poupadores possuem para investir nas diversas classes de ativos é finito. Assim, os atores do mercado sempre estão buscando maximizar seu retorno controlando risco (diferentemente do que afirmam alguns economistas, não me parece que sejam tão racional assim mas, em linhas gerais é isso mesmo).

Os Fundos Imobiliários (FII), apesar de serem ativos de Renda Variável, possuem uma renda mensal proveniente dos aluguéis. Recentemente o Governo Federal aumentou a meta da SELIC em 0,25 p.p., subindo para 7,5% a.a. Em função disso, alguns fundos que haviam se valorizado muito no ano passado (ano de forte popularização dos FII) passaram a ter uma rentabilidade fixa inferior a SELIC.

Ora, se é para ganhar a mesma coisa ou menos num investimento mais arriscado (FII) é melhor eu deixar o dinheiro num porto mais seguro (Títulos Públicos). Então há uma venda de FII, fazendo seu preço cair. Resultado, aparecem algumas oportunidades (mas não podemos esquecer que a tendencia para os juros é de subida, podendo provocar maiores quedas de preço nos FII).

Atenção: É apenas a minha suposição, sem nenhum estudo aprofundado das relações.


Rentabilidade da Carteira nos últimos 12 meses


Apesar da Carteira ter tido uma rentabilidade inferior ao IBOVESPA este mês, continuamos superando o índice em 8 dos 12 meses. Esperamos que esta relação se mantenha ou melhor nos próximos meses.

O pior resultado do IBOVESPA foi -11,9% (maio.2012) e da Carteira foi -3,7% (maio.2012). Já o melhor resultado o IBOVESPA foi +6,1% (dezembro.2012) e da Carteira foi +4,7% (julho.2012).

Já alertamos que a comparação direta entre a Carteira e o IBOVESPA não é tecnicamente a mais adequada. Estou avaliando a criação de um índice ponderado de acordo com a alocação da Carteira para fazer um acompanhamento mais preciso.

Vejamos agora o resultado acumulado dos últimos 12 meses, acumulado do ano e do último mês:




A Carteira perdeu para o IBOVESPA neste mês mas continua com desempenho superior nos últimos 12 meses e no ano. Devo admitir que está me incomodando um pouco o fato do rendimento estar inferior ao IPCA. De qualquer forma, em função dos meus objetivos serem de longuíssimo prazo a tendência é que a situação se inverta.


Evolução da Carteira


Terceiro mês seguido de desvalorização da Carteira. A pressão exercida pela desvalorização dos FIIs foi grande, impactando na perda de 4,7 p.p. nessa classe de ativos (desconsiderando os rendimentos de aluguel). Continuo o movimento de reduzir a participação de ETF's (MILA11 e SMAL11) por ações de empresas que, na minha avaliação, continuam subvalorizadas.

Mais uma vez reduzi a participação de MILA11 (14,3% em março para 11,0% em abril) e adicionei o Banco do Brasil (BBAS3). Não houve, com a operação, sobra de caixa suficiente para alocar a diferença em Títulos Públicos.

BBAS3 já estava em meu radar desde Janeiro. No momento da escolha possuia, ao meu ver, excelentes  indicadores P/L (5,99) e DY (6,6%) e bons indicadores ROE (18,71%), P/VP (1,12) e Cresc. Receita 5a (17,91%). Tudo isso além de ser um banco de respeito (inclusive sou correntista há uns 16 anos).

A grande desvantagem é o fato de ter a União como seu acionista majoritário o que permite que seja utilizada em operações não lucrativas com objetivos de fomentar a economia ou para fins políticos. Detalhe: É uma empresa listada no Novo Mercado da BOVESPA o que, em tese, garante maior transparência em sua gestão.

Ao fim do mês, a alocação da Carteira não apresentou variações que justificassem um remanejamento entre as Classes de Ativo, ficando da seguinte forma:


O que esperamos



ATENÇÃO: Dessa vez, na seção O que esperamos, utilizei uma linguagem comum a Análise Técnica. Entendo que alguns leitores possam ter alguma dificuldade em entender alguns termos. Mas, se ler com cuidado, olhando para o gráfico, verá que os termos são intuitivos. O objetivo aqui não é que o leitor entenda integralmente tudo o que estiver escrito. Mas que comece a ler e fixar alguns termos importantes para que se analise o mercado de forma adequada.

Através da figura acima tentarei explicar porque respondi ao leitor que, apesar da alta do IBOVESPA, ainda estaríamos em uma tendência de baixa. Vale frisar a análise foi feita como se estivéssemos logo após o último pregão de Abril.

A figura mostra o desempenho do IBOVESPA nos últimos 12 meses (Maio.2012 a Abril.2013). O que podemos perceber é que o IBOVESPA entrou no canal de baixa desde 03.Janeiro.2013. É possível observar pelo canal formado pelas linhas pretas.

No último dia do mês o índice ultrapassou a marca de 55.580 pontos que seria um primeiro ponto importante para sinalizar uma reversão de tendência. Contudo, para ganhar força, é de extrema importância que supere os 56.992 pontos. Então, perceba que apesar de estar seguindo uma LTA (Linha de Tendência de Alta) originária em 18/04 (Curtíssimo Prazo), no Curto Prazo a tendência ainda é de baixa.

Para dar uma segurança à reversão de tendência (Baixa para Alta) o teste fogo seria 57.602 pontos (não mostrado no gráfico) porque nos últimos 12 meses essa região tem sofrido forte pressão vendedora (4 vezes) fazendo o índice recuar.

Assim, apesar de haver uma melhoria no humor do mercado, a situação ainda requer cautela. Em especial porque os fatores macroeconômicos não estão ajudam, em especial a expectativa de que o Governo Federal continua com a trajetória de elevação da meta SELIC.

E vamos que vamos!

Um grande abraço e até a próxima!


K.R.

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Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) -ESPECIALISTA EM ASSISTÊNCIA PENITENCIÁRIA (TODAS AS ÁREAS)-AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL - VOLUME II-AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL - VOLUME I-AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL (JOGO COMPLETO)
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